terça-feira, 10 de julho de 2007

ELEIÇÃO DAS SETE MARAVILHAS DO MUNDO MODERNO

Eleição das Sete Maravilhas do Mundo Moderno

10/07/2007
Dinheiro, a oitava maravilha?

C. Pérez-Lanzac
Em Lisboa, Passada a ressaca da acidentada cerimônia de eleição da sete novasmaravilhas do mundo, a grande pergunta que muita gente se faz é: quanto dinheiro movimentou tudo isso? É difícil responder com rigor, com os dados que a fundação sem fins lucrativos New Seven Wonders divulgou, e que é preciso tirar deles com paciência e muitos telefonemas.
Este seria um resumo dos dados obtidos: afirmam ter recebido ao todo mais de 100 milhões de votos em todas as suas modalidades: Internet, mensagens de celular (SMS) e telefone fixo. Votar pela Internet era grátis, mas exigia apoiar sete aspirantes a maravilha.
Quem quisesse votar em uma só tinha de fazê-lo via SMS ou telefonando, com um custo de 1,20 euro (mais impostos) por mensagem e 1,10 por minuto de chamada.
A última estimativa obtida por este jornal por parte da New Seven Wonders foi que cerca de 80% dos votos tinham chegado via Internet. E advertiram que só recebem cerca de 15% (é um número arredondado, dependendo do país) de cada SMS e de cada telefonema. O restante fica para a companhia que presta o serviço, I-touch, que também nãoquer divulgar sua renda. É o mesmo sistema utilizado em programas do tipo Teleton.MerchandisingIsso pelo lado dos votos. A New Seven Wonders também lançou uma bateria de produtos de merchandising com seu logotipo: camisetas, broches, medalhas, gorros, xícaras... e até a possibilidade de contratar uma excursão para uma dessas maravilhas, ou várias delas, através de uma agência.
Não se deve esquecer que organizar todo esse esquema - Weber visitou cada um dos 21 candidatos - também custou cerca de 10 milhões de euros, aos quais se devem somar outros 12 milhões da cerimônia. As entradas custavam entre 55 e 165 euros. As de 55 e 140 euros esgotaram; das outras, muitas ficaram sem vender. E houve muitos patrocinadores. Todos os espectadores recebiam uma sacola com uma revista, havia uma cerveja oficial e bandeiras de uma caixa de poupanças que apoiou o evento.
Segundo a nota de imprensa divulgada no domingo pela organização, ao todo 50 mil espectadores assistiram.María del Mar Villafranca, diretora do patrocínio do monumento Alhambra, em Granada, disse no domingo que "com essa proposta o Alhambra conseguiu muitos amigos, e isso é um impulso ao turismo".
Rosa Torres, conselheira de turismo da Andaluzia, admitiu que a notícia de que o palácio ficou fora foi uma ducha de água fria, mas não desconfia de Weber: "É uma pessoa que tem dinheiro, que poderia estar se dedicando a viver a vida e se meteu numa confusão na qual muitos não nos meteríamos. Seu discurso é coerente e creio que não enganou ninguém".
Federico Mayor Zaragoza, diretor da Unesco durante 12 anos, também o defende: "O dinheiro que for arrecadado será destinado à proteção dos monumentos em países com menos prosperidade, e está tudo perfeitamente auditado, que ninguém se preocupe".
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
Visite o site do El País - www.elpais.com
Fonte:
www.uol.com.br – 10 julho 2007

Nenhum comentário: